terça-feira, 8 de novembro de 2011

O jovem coordenador na Pastoral da Juventude

Começo meu texto com essa frase de Max de Pree que fala: “A primeira responsabilidade de um líder é definir a realidade. A última é dizer obrigado. No meio, o líder é um servo.”
Ressalto também que este texto baseia-se na minha experiência obtida ao longo da caminhada com a PJ, além do que já vi em vários lugares convivendo com outros coordenadores que são os melhores amigos que se pode ter.
Ser coordenador na PJ é como descobrir um mundo ainda desconhecido, é como enxergar coisas que você jamais pensaria em ver. É descobrir que há uma realidade ainda maior do que você imaginava vivenciar no grupo de base. Mas que fique claro que nenhum coordenador vive num mundo paralelo, que quem coordena, vive numa dimensão diferente – conversa realizada há uns anos entre coordenadores da PJ Sub Campinas sobre como alguns jovens nos veem – nada disso, porém, as preocupações e responsabilidades tomam um formato diferente, bem mais amplo.
A necessidade de manter-se atualizado é constante, saber tudo o que se passa de forma global, e acompanhar sempre os acontecimentos locais. Estar atualizado sobre novos documentos e materiais de estudo também faz parte dessa missão. A comunicação se torna umas das ferramentas mais importantes para o coordenador, afinal, vivemos numa geografia eclesiástica gigante, onde dioceses têm quase proporções de Sub Região, e cidades com grupos de juventude nem sempre são vizinhas, exigindo horas de viagem de carro ou ônibus.
O coordenador também deve ter o bolso preparado, ah sim, esse é um fator complicado para ser analisado. Afinal, temos paróquias com boas condições que ajudam financeiramente esse coordenador a cumprir com sua missão, porém, há paróquias que não conseguem arcar com esse tipo de despesa, algumas outras, apenas ignoram.
Mas existe uma situação que marca demais a vida do coordenador, (me emociono também com isso até hoje), uma situação que ele enfrenta enxergando lá adiante as consequências disso, me refiro à família. Um coordenador além de ter que trabalhar e estudar, pois são essenciais para sua vida pessoal, têm dar conta de coordenar toda uma Pastoral da Juventude que exige dele todas essas especificações. E a família nessa história toda, caba por muitas vezes, sentindo sua ausência, pai e mãe sentem falta de almoçar num domingo com aquele filho (a) que tanto se dedica à causa dos jovens, irmãos sentem a necessidade de ter seu irmão ou irmã ali perto, para falar das coisas da escola, de um namoradinho (a), de um acontecimento, mas entendem também, que esse irmão (a) que coordena a Pastoral da Juventude, está podendo em algum lugar, permitir que outros jovens possam sentir-se melhor com sua família, entender-se melhor com seus irmãos, e acima de tudo, fazer com que outros jovens acreditem que seguir os passos do Cristo levarão a todos nós, à tão sonhada Civilização que tanto pregamos e lutamos para que essa aconteça de forma plena... a Civilização do Amor.
Mas o mais extraordinário e mágico em tudo isso, é que estes coordenadores, homens e mulheres jovens, fazem tudo isso com um amor que não se explica nem se traduz, mas sentimos e vemos esse amor quando eles estão a serviço da causa da juventude. E mais, nunca estão sós, pois há milhares como eles, mais jovens, uns quase adultos, e todos estes dando sempre apoio, carinho, amor, abraço fraterno sempre que necessário. E mais surpreendente ainda, é saber que ele aceita esse papel de coordenador, pois seu grupo de base, onde tudo se inicia, depositou total confiança e o escolheu para que ele os guie ao longo da caminhada.

Rafael e Thiago Brito – Diocese de São Carlos

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